E a crise no mercado financeiro faz mais vitimas...

Nesta quinta-feira (29), a Ford integrou a lista das montadoras que contam os resultados negativos em relação às vendas em 2008. Somente no último trimestre de 2008, o prejuízo da marca do oval azul foi de US$ 5,9 bilhões (R$ 17,5 bilhões) e no acumulado do ano, o montante chega a impressionantes US$ 14,6 bilhões (R$ 43,5 bilhões).
Mesmo assim, a Ford afirmou que não precisa de empréstimos do Tesouro norte-americano para realizar a reestruturação de suas operações, pois ainda tem a liquidez necessária para tanto. As outras grandes montadoras de origem americana – Chrysler e GM –, todavia, recorreram à ajuda governamental para não fechar as portas.
Ford Credit demitirá 2 000 funcionários
Outro anúncio realizado foi em relação à divisão de serviços Ford Credit, que deve cortar 1 200 funcionários. Além disso, cerca de US$ 10,1 bilhões serão retirados das linhas de crédito e entrarão no caixa da Ford já no próximo dia 3. A intenção é evitar ao máximo que a montadora perca liquidez e tenha de recorrer a ajuda federal.

Pela quarta vez no ano, a Honda anunciou nova previsão de lucros para o fechamento do ano fiscal, em 31 de março. Desta vez, a esperança é de que a montadora lucre US$ 1,6 bilhões (R$ 3,6 bilhões), marca muito inferior a obtida no ano passado, que ficou em torno de US$ 10,8 bilhões (R$ 25 bilhões). A Toyota, por sua vez, vê seus prejuízos cresceram ainda mais com as vendas em queda.
No caso da Honda, o período entre o final de 2008 e o início de 2009 está sendo particularmente difícil. Analistas atribuem isso à demora da Honda em reagir à queda das vendas, principalmente quando a crise se acentuou, no último trimestre do ano passado. As conterrâneas Nissan e Toyota, por exemplo, não esperaram tanto para tomar uma atitude.
No início da semana, a Honda havia anunciado o corte de produção de 50 000 veículos na América do Norte. Em seus 60 anos de existência, a marca japonesa nunca registrou prejuízo, situação que fica ameaçada se o mercado não melhorar. A Toyota, maior montadora do mundo, confirmou o primeiro prejuízo em 71 anos. A perda será contabilizada no final de março, quando o ano fiscal da marca nipônica terminará.